Ao longo dos últimos anos, o ambiente de concorrência entre os grandes franchisings de mediação imobiliária ficou mais duro.
Um dos fatores que mais contribuiu para o aumento da pressão foi na minha opinião, o recrutamento.
Sendo o recrutamento um dos muitos fatores críticos de sucesso para quem detém este negócio, vou centrar-me no que deve um consultor esperar ouvir de uma estrutura que o convenceu que a atividade de mediação imobiliária, seria uma boa atividade profissional, uma oportunidade de mudar de vida, ou uma forma de ter controlo sobre o seu tempo e rendimentos.
Em jeito de provocação, vou começar por falar sobre o que os grandes franchisings afirmam ser as suas grandes vantagens para o consultor:
Dos 5 pontos acima referidos todos podem ser verdade e também, em alguns casos, todos podem ser muita publicidade…
O que vou sentindo desde que comecei em 2006, é que os esforços de venda de franchising, e o esforço aplicado ao recrutamento é tão intenso, que deixou de se olhar e respeitar os fundamentos do que considero um “negócio sustentável para todos”.
Uma ideia promovida por pessoas que gostem da indústria que cativam de forma transparente boas pessoas e que são motivadas e treinadas para criar uma atividade sustentável como bons profissionais/prestadores de serviços e que por isso podem potencialmente angariar e vender muitos imóveis.
Chamem-me romântico, mas um “negócio sustentável para todos” é a energia que me cativa quer esteja no papel de consultor, de broker, de administrativo ou de recrutador.
Mas mesmo feroz, o mercado vai andando crescendo e evoluindo.
Se é verdade que a competição gera melhores profissionais, também é verdade que quando os modelos de negócio ficam muito homogéneos se começa a assistir ao surgimento de mitos de forte raiz publicitária e muitas vezes ilógicos.
Um deles, e admito que fiquei surpreendido, é o mito que nos apercebemos logo no início do nosso projeto: as marcas por si só (pelo menos desde 2015), não geram mais contactos de angariações para o consultor.
É uma afirmação generalista, construída em cima de grandes números e com nenhuma adesão à realidade do negócio individual do consultor. Temos esta experiência e centenas de casos que apoiam a nossa opinião.
Outra aprendizagem é que nenhum modelo e sistema é vencedor por si.
Tenho a crença de que qualquer modelo e sistema é válido se for pensado e promovido por boas pessoas, com boas características de liderança, e no nosso contexto, com gosto pela atividade e espírito de serviço.
Diz-se que nas folhas de excel, nos diagramas e na publicidade, o mundo é sempre perfeito.
Mas a realidade acontece todos os dias e a todos os minutos, e são as pessoas com quem trabalhas, a tua equipa, que te dá segurança, motivação e confiança para agires e até para usares as ferramentas que te propõem para te apoiar.
Outras aprendizagens que gosto de partilhar sobre a actividade de mediação e que também gosto de debater:
Subscrevendo a tagline do Massimo Forte, este negócio é um negócio de “Pessoas para Pessoas”, seja qual for a marca, modelo ou sistema.
Tiago Vaz de Almeida, Homebook Portugal
Publicado em https://massimoforte.com/blog/a-realidade-e-um-ponto-de-vista-artigo-de-tiago-vaz-de-almeida/